OMS descarta lockdown global para controlar mpox, apesar da nova emergência
Organização Mundial da Saúde reforça que isolamento social em massa não é recomendado, mesmo com nova variante preocupante.
Após a recente declaração de emergência global por mpox, feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), rumores sobre a possibilidade de novos lockdowns em massa rapidamente se espalharam pelas redes sociais. No entanto, a OMS não recomendou que os Estados-membros implementem esse tipo de medida para conter a transmissão da doença, como ocorreu durante a pandemia de COVID-19.
No último dia 14, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou a nova emergência em saúde pública de importância internacional por mpox, mas em nenhum momento sugeriu lockdowns como parte da resposta global. Tedros enfatizou a necessidade de uma ação coordenada, especialmente após a detecção de uma nova variante da mpox na República Democrática do Congo e sua rápida disseminação para países vizinhos.
Dois dias depois, com a confirmação do primeiro caso da nova variante fora da África, na Suécia, Tedros reafirmou que a resposta global deve se concentrar em medidas como a ampliação da vigilância, o compartilhamento de dados e a cooperação entre os países. "Não houve recomendação de mega lockdowns ou isolamento social em massa", destacou Tedros em seu comunicado.
Na segunda-feira (19), a OMS publicou uma lista de recomendações temporárias para os países que enfrentam surtos de mpox, incluindo a melhoria da vigilância, a expansão do acesso a diagnósticos e o apoio clínico e nutricional aos pacientes. A organização também reforçou que medidas como isolamento domiciliar ou em unidades de saúde só devem ser aplicadas quando justificado.
O cenário atual da mpox, apesar das preocupações, não deve ser comparado ao da pandemia de COVID-19, como explicou o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge. "Sabemos muito sobre como controlar a mpox e os passos necessários para eliminar a transmissão", afirmou Kluge, diferenciando a situação atual das emergências de saúde pública anteriores.
No Brasil, o Ministério da Saúde já instalou um Centro de Operações de Emergência (COE) para coordenar a resposta à mpox. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou que o foco no país deve ser a vigilância e o monitoramento, ressaltando que a vacinação, quando recomendada, será seletiva e focada em públicos-alvo específicos.
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